quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Partida

Durante a nossa caminhada perdemos muitas coisas.Objetos,programas,oportunidades,pessoas...Algumas dessas, podem ser recuperadas,porém outras...
Perder pais, amigos,filhos,amores,vem todo um remorso à tona.Lágrimas por palavras não ditas,tantos beijos, abraços e risos que se tornam apenas lembranças,quase sempre não á tempo para o adeus.
Li um texto hoje,falando da perda de um avô,e me trouxe muitas recordações que me enchem de saudades, de alegria pelo que vivi e de dor pelos momentos que não existiram.
No momento da sua partida pedi muito para que não me deixasse. Quem iria me pegar na escola no dia dos pais?Passar férias?Me chamar Zazá?Me dar catuaba aos sete anos?Passear de barco?Só ele!
Hoje tenho o seu retrato na minha cabeceira e quando me sinto só, é ele que me conforta... me ouvi sem me recriminar...Me abraça nos meus sonhos...Me olha, quando vejo o rio.
Dias,meses,anos se passam,o tempo castiga,machuca,até que cansamos de sofrer e deixamos guardada essa dor,ficando conformado, mais nunca esquecido.Não dá para esquecer que “nunca” mais veremos alguém,algo,ou até mesmo algum lugar que amamos tanto.
Nesse dia conheci a morte, a dor da partida. Algum tempo depois assisti outras pessoas que eu amava ir embora, e quando paro para pensar que vou ver isso por tantas vezes...
Estão indo pedaços de mim, pedaços da minha vida.

Um comentário:

Adriana Roque disse...

Me fez pensar... A partida às vezes é um recomeço. Mas dói tanto não é mesmo ? Parabéns você conseguiu transportar para o texto e para quem lê toda sua emoção. Beijos